Por João Pedro Delgado
A due diligence, termo derivado do inglês que significa “diligência prévia”, é um processo crucial na realização de negócios que não deve ser subestimado. Ela representa uma investigação detalhada e sistemática a ser realizada antes de fechar um acordo, fusão e/ou aquisição empresarial, compra de imóveis ou qualquer transação comercial significativa. Sua relevância não se restringe apenas ao âmbito financeiro, mas permeia todas as camadas de uma negociação.
Sob a ótica de uma aquisição empresarial, por exemplo, ela oferece uma visão ampla da saúde financeira, estrutura organizacional, passivos, histórico de litígios, litígios em curso, contratos vigentes e possíveis contingências da empresa. Essa compreensão prévia é fundamental para evitar surpresas desagradáveis no futuro, mitigando riscos e assegurando uma transição suave pós-aquisição.
Além disso, a due diligence desempenha um papel fundamental na preservação da reputação corporativa. Ela ajuda a evitar associações com entidades envolvidas em atividades questionáveis, como lavagem de dinheiro, corrupção ou práticas antiéticas, o que poderia resultar em sérios danos à imagem da empresa.
Ademais, a investigação não se limita apenas ao momento prévio à transação. É um processo contínuo que se estende ao longo do relacionamento comercial. Reavaliações regulares são fundamentais para manter a transparência e identificar possíveis desvios ou riscos emergentes.
Em se tratando de compra de imóvel, através desta modalidade de investigação é possível verificar se o bem encontra-se regular perante a prefeitura, se possui alguma situação que impeça a sua venda, ou até mesmo se há risco de perda da propriedade futuramente em decorrência de vícios jurídicos anteriores.
Em síntese, a due diligence é o alicerce sobre o qual transações de negócios de sucesso são construídas. Seu valor reside na capacidade de minimizar riscos, aumentar a confiança entre as partes envolvidas e oferecer uma compreensão abrangente do que está em jogo.
Ignorar esse processo crucial pode levar a consequências adversas, comprometendo a estabilidade financeira, a reputação e até mesmo a própria existência das empresas, ou do bem a ser adquirido/contratado.
Desta forma, a due dilligence não é apenas uma etapa burocrática, mas uma ferramenta estratégica que impulsiona a tomada de decisão informada e responsável não só no universo empresarial, mas sendo aplicável em diversas áreas, garantindo, assim, transações mais sólidas e bem-sucedidas.